Ações não compensatórias são suprimidas

Edward Thorndike (1874-1949) filho de um pastor metodista nasceu em 1874, em Williamsburg, Massachusetts, EUA. Formou-se em ciências pela Universidade de Wesleyan, em 1895, e foi para Harvard estudar psicologia com William James. Em 1897, transferiu-se para a Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, onde finalizou sua tese de doutorado em 1898.

O interesse de Thorndike por psicologia educacional levou-o a assumir o cargo de professor na College for Women of Case Western Reserve, em Cleveland, Ohio; mas, um ano depois, em 1899, retornou à Columbia, onde lecionou até se apresentar, em 1939. Em 1912, seus colegas o elegeram presidente da Associação Americana de Psicologia. Thorndike continuou a pesquisar e a escrever até sua morte, aos 74 anos, em Montrose, Nova York.

Thorndike talvez tenha sido o primeiro psicólogo verdadeiramente “behaviorista” embora tenha desenvolvido sua pesquisa bem antes da adoção do termo. A intenção inicial do pesquisador era estudar o processo de aprendizagem em seres humanos, mas, como não conseguiu encontrar nenhum voluntário apropriado às suas pesquisas, voltou a atenção para os animais. Seu objetivo era examinar os processos de inteligência e aprendizado por meio da observação de uma série de experimentos controlados. Os resultados obtidos, contudo, levaram-no muito além e construíram os fundamentos da psicologia behaviorista.

Ambientes de aprendizagem

Os primeiros estudos de Thorndike envolviam pintinhos que aprendiam a transitar em labirintos especialmente construídos por ele apara aqueles experimentos. Nesses ambientes o sujeito em questão recebe determinado estímulo ou tarefa, hoje denominado “condicionamento instrumental” ou “aprendizagem instrumental”. Thorndike voltou sua atenção para gatos, inventando “caixas-problema” que lhe permitiam observar as habilidades dos animais para aprender mecanismos de fuga. O pesquisador reparou que, apesar de todos os gatos terem descoberto o mecanismo de fuga na primeira vez por meio de tentativa e erro, nas ocasiões subsequentes e quantidade de tentativas e erros diminuía gradualmente conforme os gatos aprendiam quais ações seriam infrutíferas e quais seriam recompensadas.

A Lei do Efeito

Thorndike propôs a Lei do Efeito, segundo a qual a resposta a uma situação que traz um resultado satisfatório apresenta mais probabilidade de ocorrer novamente no futuro; em contrapartida, uma reação que traz um resultado insatisfatório apresenta menor probabilidade de ser repetida. Para o pesquisador quando uma conexão entre um estimulo (E) e uma resposta (R) é estabelecida, uma conexão neural correspondente é forjada no cérebro.

Thorndike postulava que, na verdade, é o resultado de uma ação que determina se a conexão estimulo-resposta será impressa com força ou não. O foco no resultado de um estímulo e sua resposta e a ideia de que o resultado pode fortalecer a conexão estímulo-resposta são exemplos do que mais tarde chamou-se de teoria de reforço da aprendizagem.

Em pesquisas posteriores Thorndike refinou a Lei do Efeito, passando a levar em consideração outras variáveis, como demora entre resposta e recompensa, o efeito da repetição de uma tarefa e quão rápido era esquecida quando não era repetida. Derivou-se daí a Lei do Exercício, onde conexões estímulo-resposta repetidas são fortalecidas, enquanto aquelas que não são usadas novamente tronam-se fracas.

Inteligência humana

Para encontrar uma maneira de medir a inteligência humana, Thorndike concebeu o teste CAVD. O CAVD tornou-se modelo para todos os testes de inteligência mecânica, quanto inteligência abstrata e social. Thorndike estava especialmente interessado em saber de que modo a idade poderia afetar o aprendizagem que continua sendo a base da psicologia da educação atual – contribuição pela qual ele talvez preferisse ser lembrado acima de todas as outras. Não obstante, é por sua gigantesca influência no movimento behaviorista que costuma ser enaltecido.

Resumo da Teoria de Throndike:

Quando um animal reage a um estimulo... o resultado pode ser compensatório (por exemplo, escapar da jaula). A conexão entre a ação e o resultado é fortalecida. As reações compensatórias são “internalizadas”, ao passo que as infrutíferas são “suprimidas”.

Quando um animal reage a um estimulo... o resultado pode ser infrutífero (por exemplo, continuar preso na jaula). A conexão entre a ação e o resultado é enfraquecida. As reações compensatórias são “internalizadas”, ao passo que as infrutíferas são “suprimidas”. 

Extraído do Livro da Psicologia - Ed. Globo

Crie um site grátis Webnode