As leis da histeria são universais
Jean-Martin Charcot (1825-1893) conhecido como o fundador da neurologia moderna, o médico francês queria compreender a relação entre a psicologia e a fisiologia. Durante as décadas de 1860 a 1870, estudou a “histeria”, termo então utilizado para descrever comportamentos emocionais extremos nas mulheres, os quais se pensava serem decorrentes de problemas no útero (hysteria, em grego). Os sintomas eram choro ou riso, excessivos, contorções e movimentos corporais descontrolados, desmaios, paralisia, convulsões e cegueira ou surdez temporárias.
Pela observação de milhares de caso no hospital parisiense Salpêtrière, Charcot afirmava que a histeria era um condição herdada que durava a vida toda e cujo os sintomas eram provocados por situações de choque. Ele declarou em 1882 que no surto histérico tudo se desenrola de acordo com regras, que são sempre as mesmas; válidas para todos os países, todas as épocas, todas as raças e, em resumo, universais.
Alguns médicos contemporâneos a Charcot acreditavam que as pacientes histéricas agiam induzidas pelas sugestões do médico. Contudo, Sigmund Freud, um de seus alunos, estava convencido de que a histeria era uma enfermidade física, e interessou-se por ela. Seria a primeira doença descrita por ele em sua teoria psicanalítica.
O Livro da Psicologia – Ed. Globo