Behaviorismo: Respondendo ao ambiente

Behaviorismo: Respondendo ao ambiente

Na década de 1890, a psicologia já estava consolidada como disciplina científica independente de suas origens filosóficas. Os primeiros behavioristas, entre eles Edward Thorndike, Edward Tolman e Edwuin Guthrie, conceberam experiências para observar o comportamento de animais em situações cuidadosamente planejadas e, a partir desses testes, elaboraram teorias sobre aprendizagem, memória, condicionamento e o modo como os seres humanos interagem com o ambiente. Ivan Pavlov um fisiologista russo, descreveu como um animal responde a um estímulo durante o processo de condicionamento, fornecendo aos psicólogos a base para construir o conceito central do behaviorismo. A ideia de condicionamento, muitas vezes chamada de psicologia de “estimulo-resposta” (E-R), esculpiu o formato futuro do behaviorismo.

Respostas condicionadas

Desenvolvendo a ideia de condicionamento clássico ou pavloviano, Watson afirmou que o comportamento é formado apenas por estímulo ambiental; fatores inatos ou herdados não participam do processo. Da geração seguinte, fazia parte o “behaviorista radical” B.F Skinner, que propôs uma reformulação do conceito de “estímulo-resposta” em sua teoria do “condicionamento operante” – segundo a qual o comportamento era moldado por consequências, e não por estímulos precedentes. Embora similar às propostas de William James, essa ideia alterou radicalmente os rumos do behaviorismo, passando a considerar fatores genéticos e a explicar estados mentais como resultado (e não causa) do comportamento.

A revolução cognitiva

Em meados do século XX, porém, os psicólogos começaram a questionar a abordagem behaviorista. Uma reação às teorias de Skinner deflagrou a "revolução cognitiva”, que voltava novamente a atenção para a mente e os processos mentais, tirando-a do comportamento. O pensamento behaviorista havia atingindo seu limite e foi sobrepujado pelas diversas correntes de psicologia cognitiva. A terapia behaviorista continua presente nos dias de hoje como uma parte essencial da terapia cognitivo-comportamental.

Cronologia

1872 – Charles Darwin publica A expressão das emoções no homem e nos animais, em que argumenta que os comportamentos são adaptações evolucionárias.

1898 – Segundo a Lei do Efeito, de Edward Thorndike, reações que produzem efeitos satisfatórios são mais passíveis de serem repetidas.

1913 – John B. Watson publica “Psychology as the behaviourist views it”, que se torna o manifesto informal dos behavioristas.

1920 – John B. Watson realiza experimentos com o “pequeno Albert”, ensinando o bebê a ter respostas emocionais condicionadas.

1927 – Ivan Pavlov demonstra o condicionamento clássico em seus experimentos com cachorros.

1929 – Os experimentos de Karl Lashley com cérebros dissecados mostram que o cérebro inteiro está envolvido no processo de aprendizagem.

1930 – As experiências de Zing-Yang kuo em gatos e ratos buscam comprovar que não há algo chamado instinto.

1930 – B.F Skinner evidencia os efeitos do “condicionamento operante” por meio de experimentos com ratos.

1935 – Konrad Lorenz descobre o fenômeno de imprinting, quando filhotes de animais assumem a filiação devido a informações sensoriais recebidas num momento crucial.

1938 – Edwin Guthrie defende o “aprendizado em uma única tentativa”, o condicionamento não precisa se basear em repetição.

1943 – Clark L. Hull afirma que reduzir a pulsão (satisfazer nossas necessidades humanas básicas) é a única forma verdadeira de apelo.

1948Cognitive maps in rats and men, de Wdward Tolman, alega que desenvolvemos mapas cognitivos enquanto vivemos nossa rotina diária.

1957 – B.F Skinner publica O comportamento verbal, na qual afirma que a fala é um produto da nossa história comportamental e genética.

1958 – Joseph Wolpe aplica técnicas de dessensibilização em veteranos de guerra acometidos por “neurose de guerra”.

1959 – Noam Chomsky faz uma resenha crítica do livro de B. F. Skinner, O comportamento verbal, que ajuda a disseminar a revolução cognitiva.

Anos 1960 – Os experimentos de Neal Miller levam a descoberta de técnicas de biofeedback.

Extraído do Livro da Psicologia – Ed. Globo