Como é a sua família?
A história da humanidade, com suas diversas culturas e hábitos nos mostra que o tipo de família em que um indivíduo é inserido vai definir seu equilíbrio emocional. Existem alguns fatores importantes como baixa estima, individualidade saudável, individualismo, lugar, função e papel na família que precisam ser observados na construção de uma pessoa. Podemos usar algumas classificações para entendermos o padrão de funcionamento de uma família e os possíveis resultados desses arranjos. Falaremos de cindo tipos diferentes:
1) Família Simbiótica
2) Família Cismática
3) Família Mista
4) Família Desagregada
5) Família Individualizada
1) Família Simbiótica
As características principais dessa família são os atos feitos “em nome do amor”. Há uma necessidade de confirmação em nível afetivo. Vivem de maneira aglutinada, não se consegue diferenciar o indivíduo e nem seu papel na família. O relacionamento é de dependência e qualquer tentativa de individualização é considerada traição. Em nome do amor, os indivíduos são sufocados e não podem se sentir bem se todo o restante da família está triste e vice versa. A família simbiótica é invasiva, não coloca nem respeita limites o que impede que cada pessoa faça escolha por si mesma.
2) Família Cismática
Podemos dizer que ela é o contrario da simbiótica. São ligados uns aos outros pelos conflitos, cismas e rupturas. Cada um quer lutar pelo seu direito vigiando o dever dos outros. Ninguém sabe dizer que gosta do outro. Vivem separados, mas não se individualizam.
3) Família Mista
Nessa família podemos perceber que as figuras de autoridade pertencem ou a famílias simbióticas ou cismáticas. Sendo assim um vai estabelecer limites e o outro confirmação. Um vai tentar sufocar o filho e outro vai tentar cobrar os deveres demasiadamente. Como não há troca de papéis, os filhos vão desenvolver uma individualidade oscilante, ora egocêntrica, ora frágil e dependente.
4) Família Desagregada
Nesse tipo de família os indivíduos querem viver livres de maneira errada, com individualismo. Não querem abrir mão do que eram para formar uma nova família. Não se separam emocionalmente dos pais ou querem viver a vida de solteiro. Essa família vai caminhar sempre com uma sensação de falta com grandes dificuldades de estabelecer vínculo que permite a formação da individualidade. Há um risco de se negligenciar a família em detrimento a grupos sociais.
5) Família Individualizada
Esse tipo de família apresenta indivíduos maduros que conseguiram sair do papel de filhos e se tornarem pais, conseguem lidar bem com limites e confirmações, respeitando e estabelecendo as diferenças e cuidando do grau de competição entre eles. Individualizar não significa virar as costas a outros vínculos mas é alcançar autonomia psicológica. Essa família não sufoca seus membros e sabe valorizar cada um deles. Podemos perceber que é uma família que oferece e recebe ajuda, é acessível, sabe ouvir e argumentar, consegue ter vida afetiva sem depender exageradamente um do outro, entende direitos e deveres e mais importante: tem o senso de valor e amor-próprio.
Cada um de nós veio de um padrão familiar, e se esse padrão prejudicou nossa formação é hora de se cuidar para não perpetuar esse modelo para a próxima geração. Quando identificamos em nós padrões nocivos de funcionamento emocional, podemos com a ajuda de terapeutas, mudar nossa concepção de família e lidar com as mágoas e rancores que a caminhada foi gerando em nossas emoções.
Conceitos baseados no livro Oficina de Cura Interior do psiquiátra Fábio Damsceno.