O frenesi nas compras de Natal

É Natal! Época do ano onde as pessoas demonstram seus mais ternos afetos e interesses na troca de presentes. Nada de errado com isso, mas o que o Natal tem despertado nas pessoas é um verdadeiro frenesi. A palavra em questão vem do latim phrenesis, delírio frenético, excitação, impaciência causada por paixão. Mas paixão pelo quer? Por realizar desejos. O desejo é a força que impulsiona realizações e em Dezembro temos muitos incentivos para realizar desejos de consumo. O poder de aquisição gerado pelo dinheiro permite uma satisfação de proporções gigantes, trazendo sensações comparáveis a outros prazeres. Mas na realidade de onde vem essa tão grande necessidade de ir as compras, gastar todo o dinheiro do 13º salário em presentes para si e para outros? O que falta tanto, que é preciso preencher com a satisfação e a excitação que "boas compras" trazem? Gostaria que no Natal as pessoas pudessem se re-ver, reaver, encontrar-se, se trazer de volta, independente de como será dito, mas um retorno a si mesmo, a valores perdidos no meio do ter, do fazer, do conquistar, do comprar. Resolvi escrever por que me senti incomodada ao andar pela cidade e ver milhares de pessoas em lojas e cheias de sacolas, mas com rostos e almas pesadas. Como vi? Enxerguei. E ouvi também: "Esqueci do presente da fulana, que saco"! E tem mais, escrevi por causa do estresse de ter que segurar a bolsa com atenção dobrada, cada esbarrão era uma descarga de adrenalina. Enfim,o que é o Natal mesmo? Hoje vi que para muitos ele se transformou em um frenesi, tempo em que algo precisa ser feito para não lidar com o que já é. Desejo que o Natal lhe traga um sentido verdadeiro de ser que não precise de compras frenéticas e nem presentes obrigados. Mas de pura gratidão e amor ao próximo. 

 

Érika Renata


 
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